quinta-feira, 4 de julho de 2013

Falsa luminescência.

Aquela vontade imensa de soltar toda a dor como se fosse escarro. E deixar ali, no chão, e ir afastando cada vez mais e mais e não lembrar mais daquele depósito de feridas sem cura. "A dor nunca passa; você apenas se acostuma.". Acostumar com dor. Tortura inevitável, porque é uma dor de perder o rumo, de não crer em nada. De não querer nada além acordar e ver que tudo foi um pesadelo. Dias obscuros de saudade do que não volta mais. Do que ainda existe, mas não se pode tocar. Do que nunca era pra ter se transformado em dor. Do que nunca era pra ter perdido a suavidade mais bonita do mundo, a suavidade da simplicidade. Era porque era. Sem explicações verbais; o diante dos olhos já explicava tudo. E pros protagonistas, o olhar já explicava tudo. Tudo era luz. Agora, é acostumar com a sombra, ou... Perdas.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Bob me traduziu.

Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo. Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele. Sou inconstante e talvez imprevisível. Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras. Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo. São poucas as pessoas pra quem eu me explico. - Bob Marley.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Eu só preciso.

É aquariano filho duma boa mãe. Até hoje me pergunto: meu Deus, cadê o chão? É, você me tirou completamente dele. Eu me permiti que você se aproximasse, eu baixei a minha guarda pra você, eu deixei que esses sentimentos tomassem conta de mim por completo. Foi rápido sim, culpa da carência que eu tanto tentei esconder atrás do muro que eu e meu orgulho demoramos um longo ano pra construir e você fez ele virar pó num olhar. Mas eu te peço que por favor cuide do meu coração, cuide de mim, eu preciso apenas disso. Eu não preciso que você necessite de mim pra “sobreviver”, eu apenas preciso que você me corresponda, eu apenas preciso que você possa me amar um pouco da mesma maneira que eu te amo. É isso mesmo, eu "já" te amo sim, e sabe o porque? Porque eu tenho que ser apaixonada por você, não pelo que você sente por mim. Então foda-se você e o seu "eu gosto muito de você viu morena?". Não faça promessas, não faça nada que possa nos machucar, apenas se aproxime mais de mim e fiquei aqui ao meu lado. Eu não quero declarações, um "eu te amo" por segundo, não faço questão nenhuma de palavras - já que hoje em dia "eu te amo" é mais comum do que "bom dia"; não quero o amor não-sincero que está espalhado covardemente pelos cantos. Eu só preciso sentir o seu coração pulsar ao mesmo compasso do meu, eu só preciso me tornar alguém tão importante pra você como você se tornou tão rapidamente pra mim.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Apenas o novo.

E o novo amor? Ah, esse sim me põe numa situação confortavelmente confusa. Eu sempre via além dos meus olhos. Via amor em todos os lugares. Amor em suas variadas formas, cores, sons e aromas. sentia que o amor era tudo o que me faltava… mas falo de um amor daqueles que nos faz acreditar que o “pra sempre” existe. Daqueles que nem mesmo uma canção do Chico, Marisa ou Bethânia conseguiria traduzir. Não falo daqueles amores de filmes americanos açucarados, muito menos daqueles dos mocinhos das novelas globais. Falo do amor humano! Aquele que até negamos a existência, que nos faz hesitar e, quando percebemos, já estamos caindo do maior precipício que se pode imaginar. E agora, novo amor? Ah, agora, meu bem, não há o que ser feito. É bem como diz um filme que assisti: quand le moment vient, faut sauter la barrière sans hésiter - e é mesmo: quando chega a hora, é preciso saltar sem hesitar! Então, você que me lê, perceba que fundamental é mesmo o amor e, por favor, se permita! Não haverá nada melhor do que quando esse amor passar a atender por um nome e começar a lhe envolver só com o olhar. O silêncio de um sorriso seu vale mais que poesias que alguém me escreveu. Então, por favor, não diga que não.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Quando a gente muda

Não culpo ninguém pelas mazelas que passei. Se sofri, foi porque permiti. Acredito nisso, sabe. Nessa história de que é a gente que se permite ficar bem ou mal. Ninguém te induz a nada, ninguém te obrigada a nada.
E também não é questão de querer. Simplesmente acontece.
Por diversas vezes, fui fundo dentro de mim. Pelo caminho, encontrei musgos, espinhos e o que sobrou de um jardim que foi bonito um dia. Sofri alguns arranhões, cai diversas vezes e até cheguei a me perder. O trajeto mais parecia um labirinto.
E do lado de fora, havia inúmeras sanguessugas que roubavam minha energia sem dó e nem piedade. Elas levavam o melhor de mim. Tinham uma fome insaciável.
Fiquei com a sobra, com o resto. E fiz do resto a minha melhor parte.
Duro é se reerguer do nada. Sem caminho e direção certa. Não que haja algo certo nessa vida. Somos feitos de imprevisto, de improbabilidade, de incerteza. Que graça teria se soubéssemos o capítulo final de nossa história?
Sair do vale escuro me exigiu muito esforço. Ouvia vozes me dando apoio, mãos querendo me puxar para cima. Nem todas elas foram fortes o suficiente para agüentar meu peso que tinha triplicado.
Poucos resistiram, poucos aguentaram. Dá até para contar nos dedos aqueles que não ofereceram as costas. Via a claridade ao fundo e me permiti sair desse lugar imundo. Sombrio. Nefasto.
Apertei o pausei e parei o filme. Decidi que a minha moradia seria todas as coisas que gosto. Entupi-me de palavras, de histórias que não eram minhas e de canções cantadas por outras vozes.
Deslizei por muitos caminhos até encontrar aquele em que poderia seguir com segurança. No momento certo, retornei para minha antiga casa. Deparei-me com o abandono e a partir daí, tomei uma das decisões mais importantes de toda a minha vida: a reconstrução.
Arranquei o antigo telhado e o substitui por um novo. Descontente com os velhos móveis, comprei outros mais bonitos e mais coloridos. Replantei as flores no jardim, reguei as poucas que sobreviveram. Iluminei a casa com luzes mais fortes. Dei vida ao novo lar.
Tempestades e terremotos já assolaram a minha casa. Mas dessa vez, sinto que ela está mais resistente. Mais firme. E talvez um pouco mais difícil de ser habitada. De servir como moradia provisória.
Permanência.

O tempo passa e a gente fica cada vez mais exigente. Deixando cada vez menos as arestas abertas. Vendo graça em outras coisas. Dando mais valor aos pequenos prazeres. As pequenas miudezas.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Capacidades do amor


Talvez o que mais nos assuste quando o amor vem à tona seja essa habilidade que ele tem para revelar os nossos medos todos. As nossas belezas. As nossas feiuras. As nossas sementes que puderam florescer com viço. As nossas sementes que não conseguiram dizer suas flores. As nossas sementes que temem florir. Talvez o que mais nos assuste quando o amor vem à tona seja essa habilidade que ele tem para revelar as nossas borboletas que souberam se desvencilhar dos casulos. As nossas crisálidas apavoradas por se saber com asas, embora sonhem, encantadas, com o néctar da vida. As nossas feras vorazes e ressentidas. Talvez o que mais nos assuste quando o amor vem à tona seja essa habilidade que ele tem para revelar os nossos avanços. A nossa estagnação. Os nossos fracassos. As nossas vergonhas. As nossas vaidades. A nossa arrogância, que muitas vezes não é outra coisa senão um disfarce que o embaraço usa para esconder o conflito por sentirmos tanto afeto sem saber direito como expressá-lo. Como fazê-lo circular.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Desatino


Eu escrevo teu nome nessas pedras, que vou jogando por onde passo. No fundo, espero que você me siga, mas não tenho coragem de pedir. Aí, tem gente que vem, sem nem ser chamado, sem nem se importar com o fato do nome escrito ali, ser outro. As pessoas não ligam pr‘essas pequenezas, sabe? Eu ligo. Ligo pra tudo. Sou mais de detalhes, que do todo. Sempre fui. O fato é que fico olhando pra trás pra ver se você tá vindo e já tropecei umas quantas vezes. Esses dias mais. Isso porque não sinto teu cheiro no ar, não ouço o teu riso passeando pelas horas. E sinto falta. E sinto um quase-medo. Embora, não tenha a menor idéia de quê. Sabe quando você pressente o monstro no escuro, mesmo sem poder vê-lo? É assim. Não sei se você entende, não sei se alguém entende e, realmente, não me importo. Não me importo mais com um monte de coisas. Dos benefícios do tempo. Hoje, parei e sentei bem aqui na beira desse rio que me atravessa. Só pra te pensar bem forte e te fazer sentir amor do lado de lá. Sim, porque você ainda não atravessou a ponte, bem sei. Mas, ando me sentindo fraca e cansada. Tenho andado demais, jogado pedras demais, esperado demais e você não me alcança. Talvez, seja melhor mergulhar e afogar os pensamentos. Espero que você consiga chegar a tempo e salvar os mais bonitos.